O REINO DOS FRACOS
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Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo. Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca. '( Salmos 68: 5 e 6 )
Muito antigamente, havia na televisão um programa chamado "O Homem Mais Forte do Mundo". Este programa incluía homens que deviam ter cerca de 150 quilos e que basicamente moviam pedras grandes, empurravam caminhões e faziam esse tipo de coisa. Não era uma atividade para qualquer um: aquele programa estava desafiando que aparece um homem que fosse o mais forte do mundo. Essa é a sociedade em que vivemos, sempre procurando o melhor: O melhor atleta, o melhor cantor, o melhor político, o melhor cozinheiro, afinal, o melhor em cada área, e nos incentiva a buscar ser os melhores. É comum encontrarmos uma criança querendo ser como o Messi, o Cristiano Ronaldo ou outro famoso.
Isso é muito bom porque no final das contas ser o melhor significa fazer as coisas com excelência e se isso for motivado para que o façamos para Deus é motivo de louvor a Ele. Mas Deus busca o mesmo que nós? Claro que não. "Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo. Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca". Deus se preocupa com aqueles que não são fortes; com aqueles que a sociedade não se preocupa.
O Reino de Deus não é feito para os fortes. Numa certa ocasião os discípulos, cheios de orgulho em tudo o que faziam, discutiram quem seria o maior no Reino dos Céus. Jesus, chamando a atenção deles, os fez ver que a escala divina é muito diferente da escala terrestre. Explicou-lhes que quanto menor for na Terra, maior será no Reino de Deus. Em outra ocasião, os discípulos estavam expulsando algumas crianças e Jesus os repreendeu e ensinou que o Reino de Deus é para as crianças, ou seja, os adultos precisam ser como crianças (Mateus 19:14). Quando Jesus está falando sobre a Sua volta à Terra, ele diz: “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:31-40). Este é o evangelho: os fracos e estúpidos, classificados assim pelo mundo; aqueles que aparentemente não têm sucesso; estes, quando agem de acordo com os caminhos de Deus, eles sobem posições em seu Reino.
Jesus não veio pelos sãos, nem pelos fortes, nem pelos famosos, nem pelos ricos, mas aproximou-se dos leprosos, separados da sociedade, aproximou-se dos mais fracos que imploravam no caminho ou saíam para buscar água em meio-dia para não receberem castigo pelo pecado deles. Não era para os mais conhecidos, mas para os anônimos. Ele não se aproximava dos ricos, mas ia para aqueles que não tinham nem o que comer. Então quer dizer que o Céu é apenas para os pobres e fracos? Os ricos e famosos já estão de fora? Não. Deus olha o coração de cada um. Jesus alertou os ricos que era muito difícil para eles entrar em seu Reino. Não por causa da riqueza, mas por causa da avareza, da soberba e arrogância. Um pobre com estas características também está de fora do Reino.
Hoje Deus continua a se preocupar com os fracos, os idosos, as viúvas, os órfãos. Às vezes me pergunto o que Jesus vai pensar dos ‘supercristãos’ que andam por aí com guarda-costas e ternos caros. Ele os teria repreendido? Em vez disso, estou convencido de que Ele olha com amor e alegria para aqueles que cuidam dos fracos, que visitam as prisões, que passam o tempo nos hospitais levando esperança e para aqueles que se sentam com os que dormem nas ruas. Este é o evangelho que Deus preparou: Um Reino para os fracos, pecadores e pobres.
Meu irmão e minha irmã, vamos rever o nosso conceito de EVANGELHO. Não quero ser mal interpretado. Não quero que pensem que estou pregando um “Evangelho das Boas Obras” no seu sentido mais básico. Estou dizendo que, se o salmista desde o Velho Testamento percebeu que Deus cuida do órfão, da viúva, do solitário, do necessitado, e vemos Jesus reforçando esta ideia no Novo Testamento, por que não podemos (e devemos) olhar o mundo com a mesma perspectiva? Por que viver um evangelho só dentro do Templo, como que só os belos louvores e as rebuscadas pregações fossem tudo? Não. Devemos ser "instrumentos" de Deus aqui na Terra, e cuidar daqueles que Ele, lá no Seu Santo Templo, está olhando e cuidando. A mão de Deus vai alcançar os necessitados. Podemos fazer parte deste processo ou não. Depende de como encaramos o Evangelho. Vamos pensar nisso? Amem?
Tenha um dia abençoado e até a próxima.
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Devanir Caetano da Silva
Pastor da Igreja Restauração em Cristo