A ÚLTIMA CEIA
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E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça; Porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus. E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós. Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. '( Lucas 22:14-21 )
Chegou o fim do ministério de Jesus aqui na Terra. Eram os últimos momentos antes de ser preso, julgado, condenado e crucificado. Durante 3 anos e meio Jesus ensinou o povo e em especial os discípulos sobre o Reino de Deus. Como disse outro dia, muitos mas muitos mesmo 'andaram tão perto mas não entraram pela porta'. Perderam a oportunidade, mesmo ouvindo de Jesus e vendo seus milagres. Não havia muito mais o que fazer, portanto, Jesus se reúne com seus discípulos para um último ato que traria em si um simbolismo que se seguiria pelos séculos vindouros: A ÚLTIMA CEIA.
O que foi esta ceia? A Páscoa era a festa que relembrava a libertação do Povo Hebreu da escravidão no Egito. Na última noite antes de saírem do Egito, eles sacrificaram um cordeiro por família. O cordeiro deveria ser assado e o sangue passado nas ombreiras das portas que serviria de sinal para o Anjo da Morte que, vendo o sangue, PASSARIA POR CIMA (do hebraico “pesah” que traduzida para o grego será "páscoa") daquela casa e iria até a próxima casa. Na casa que tivesse o sinal do sangue, haveria VIDA e na casa que não tivesse o sinal do sangue, haveria MORTE DO PRIMOGÊNITO. Assim aconteceu em todo o Egito. O interessante é que este sinal do sangue era um ato de fé. O hebreu que não acreditou e não fez o sinal do sangue, a morte entrou em sua casa. O egípcio que acreditou no que tinha ouvido de seus vizinhos hebreus e fez o ato de fé ou seja, colocou o sinal do sangue nos umbrais da sua porta, a morte não entrou em sua casa. Até a casa de Faraó recebeu a visita do Anjo da Morte. Houve choro em todo o Egito. No meio de todo este sofrimento, o povo hebreu saiu do Egito, quebrando assim mais de 400 anos de escravidão. Depois disso começou a jornada para a Terra Prometida e a história vai. Voltando à Páscoa. Outro elemento que fez parte daquele ritual foi pão asmo ou pão ázimo, ou seja, pão sem fermento. Assim, o pão asmo se tornou um símbolo que recordava a pressa dos hebreus em partir das terras egípcias. Por isso no livro de Deuteronômio o pão asmo é chamado de “pão de aflição” (Deuteronômio 16:3). Os estudiosos também indicam que o símbolo do pão asmo também estava relacionado à separação do povo de Deus de toda prática pecaminosa do Egito. Seja como for, de fato o próprio fermento passou a ser usado como um símbolo representativo da corrupção na maioria das passagens bíblicas em que ele é mencionado.
Voltemos ao texto de hoje. Nesta última ceia, após Jesus realizar o tradicional ritual da Páscoa, ele iniciou um novo ato ou um novo ritual que a Igreja Cristã chama de Ceia do Senhor. Jesus pegou o pão comum e o partiu e disse: “Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim”. O Pão naquele ato representava o corpo de Jesus que seria partido na Cruz do Calvário por todos os que creem nEle. Mas Jesus completou dizendo: FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM. Aqui Jesus institui a Ceia do Senhor como um MEMORIAL. “Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós”. Na sequência Jesus distribui o cálice com suco de uva e compara aquele suco de uva com o Seu sangue que seria derramado na Cruz por todos os que creem nEle. Era óbvio que os discípulos não estavam ainda entendendo o que iria acontecer, mas em breve entenderiam. Toda vez que a Igreja Cristã se reúne para participar da Ceia do Senhor, ela está relembrando o que Jesus fez na Cruz a favor de todos os que nEle creem. O ato foi por todas as pessoas, mas seus efeitos só serão sentidos naqueles que creem. É o mesmo que aconteceu no Egito. A ordem da Páscoa foi divulgada para todos, mas só quem creu e obedeceu aos detalhes do ritual, principalmente colocando o sangue do cordeiro nos umbrais da porta pode sentir os efeitos da morte do cordeiro em substituição por seu primogênito, ou seja, a vida entrando em sua casa e não a morte.
Dois mil anos se passaram desde que Jesus viveu nesta Terra e ensinou as pessoas a olharem para Deus e Seu Reino dos Céus. Predisse que deveria morrer como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Prometeu que reviveria (ressuscitaria) e que iria para o Céu preparar lugar para todos os que nEle cressem (João 14). Prometeu também que um dia voltaria e iria buscar a Sua Igreja para que vivesse eternamente junto com Ele. Estas palavras tem se ecoado através dos séculos até nossos dias e não sabemos até quando vai. Mas uma grande parcela das pessoas ainda não acredita nEle e nem em Seus ensinamentos. É uma pena. Não se esqueça a última parte do texto de hoje: “Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa”. Mesmo entre os doze que durante 3 anos e meio viveu o dia a dia com Jesus, tinha um que não creu.
Meu irmão e minha irmã, façamos nosso melhor. Vivamos de fato tudo o que Jesus nos ensinou. Quem sabe se dermos um exemplo verdadeiro e genuíno, outros possam através de nosso testemunho acreditar em Jesus. Oremos por nossos parentes e amigos para que descubram a verdade que é Jesus e assim entendam tudo o que Ele fez por nós. Amém?
Tenha um dia abençoado e até a próxima.
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Devanir Caetano da Silva
Pastor da Igreja Restauração em Cristo
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