Moisés estava com o povo de Israel praticamente diante da entrada de Canaã, a Terra Prometida, a terra tão sonhada e esperada. O seu discurso é um discurso de despedida, porque ele já tinha sido avisado por Deus que não entraria em Canaã. Moisés estava lidando com este assunto de uma maneira bem madura, bem tranquila. Ele dá suas últimas instruções ao povo e diz que Josué assumiria a liderança e a responsabilidade daquela conquista.

Fico pensando nesta cena e imagino que aquele papo não era fácil para ninguém. Se fossemos comparar aquele momento com um campeonato de futebol, a história seria mais ou menos assim: O técnico do time que foi responsável pelos treinamentos, por toda concentração, pelas instruções e táticas, viagens, broncas e estímulos, papo sério e abraços, após todos os jogos, agora neste instante final, o time já é campeão da temporada mesmo sem precisar nem jogar o último jogo, vem a notícia de que este técnico não poderá participar deste ato final, porque sofrerá uma cirurgia de alto risco, com grandes probabilidades de não sair vivo dali. Como todos estarão se sentindo? O técnico sabe que precisa dar uma última palavra de encorajamento. O técnico substituto, mesmo estando junto do técnico principal durante algumas temporadas, vai assumir o último ato, mas sem se sentir devidamente preparado. O time que sabe que só conseguiu chegar ali por conta do empenho do seu técnico, agora vai ter que viver este momento sem a presença dele. Todos choram, mas não há palavras que expressem todo sentimento que sentem. Eu vejo a cena do texto acima como algo assim.