EM BUSCA DO QUE SE HAVIA PERDIDO

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' E Chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles. E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a põe sobre os seus ombros, jubiloso; E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. '

( Lucas 15:1-7 )

Gosto demais deste Capítulo 15 de Lucas. Desde a minha adolescência estes textos me fascinavam. Temos aqui 3 histórias: (1) a Ovelha Perdida, (2) A Moeda Perdida, e (3) O Filho Perdido. Todas elas contadas por Jesus numa sequência. Por que ele fez isso? Vamos ao contexto, para entendermos o texto.

Como já tenho dito estes dias, Jesus não fazia acepção de pessoas. Qualquer um que o procurasse, seria por ele encontrado. Diz o versículo 1 que os publicanos e pecadores BUSCAVAM JESUS PARA O OUVIR. Se eu e você muitas vezes ficamos felizes quando alguém se dispõe a nos ouvir, imagine Jesus, já que o discurso dele representaria a diferença entre a vida eterna e a morte eterna? E quem o procurava para ouvir seus discursos e ensinamentos? Os publicanos (na opinião dos judeus em geral, os publicanos eram traidores porque aceitaram ser empregados do Império Romano) e os pecadores (pessoas comuns que não praticavam a religião oficial daqueles dias). Este interesse daquelas pessoas para com Jesus irritava os fariseus e escribas (os Tops dos religiosos). Eles queriam ser assediados pelas pessoas e não eram. Por quê? Porque seus discursos eram cheios de fachada religiosa, de cumprimento das legalidades, usos, costumes, muita aparência e pouca sinceridade espiritual. Era só por isso. Então, não importa se somos de uma igreja tradicional, pentecostal, neo-pentecostal, fria, quente, católica ou qualquer que seja a linha religiosa, se nosso comportamento for apenas legalista, de fachada, ninguém vai querer ouvir nosso discurso tipo mingau morno (lembrei de alguém agora). As pessoas querem ver sinceridade, mas muito mais que sinceridade, elas precisam VER O PODER DE DEUS EM NÓS, do contrário, seremos mais um a discursar apenas palavras vazias. E por Jesus estar sempre sendo criticado por aqueles tão importantes religiosos, Ele lhes conta 3 histórias. Vou falar um pouco da primeira.

“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a põe sobre os seus ombros, jubiloso; E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”.

Para o pastor, não existe a questão de quantidade, por exemplo, porque ele perderia tempo e se arriscar a ir no deserto, talvez à noite, correndo até perigo de vida, por umazinha ovelha que não ficou no caminho certo para voltar para casa? Se ela se perdeu foi por culpa dela mesma. Afinal, ele ainda tinha 99 ovelhas para cuidar. Não e mesmo? Para um mercenário poderia ser desta forma, mas para um pastor NÃO. Não é assim que funciona. O pastor olha o individual. Ele conhecia cada uma por seu nome. Havia um relacionamento. Havia um envolvimento. Cada ovelha era importante. Então, o pastor correria risco sim, para encontrar sua ovelha perdida. E saiu a procurá-la. A ovelha conhece a voz de seu pastor, portanto, sem qualquer dúvida, este pastor começou a chamar a sua ovelha pelo nome. Lá em algum momento, ele ouviu o balido de sua ovelha. Correu ao encontro e ambos ficaram felizes. Voltaram para casa: GOSTOSO. O que faz este pastor quando chega em casa? Chama os amigos e vai festejar, porque encontrou a ovelha perdida. E Jesus compara esta alegria com A FESTA QUE HAVERÁ NO CÉU POR CADA PECADOR QUE SE ARREPENDE, ou seja, por cada pecador que é encontrado.

Jesus conta mais duas histórias com o mesmo teor, importância e profundidade. Se você olhar do ponto de vista apenas matemático, a primeira perda é de 1 para 100. A segunda é de 1 para 10. A terceira é de 1 para 2. Mas para Deus não tem isso. Não tem proporção. Não tem conta matemática, porque cada um é importante para Ele. E para nós? As pessoas perdidas ao nosso redor, o quanto tem de valor? A ovelha se perdeu porque se desgarrou do rebanho e o filho se perdeu porque queria conhecer o mundo. Ambos por essa ou aquela razão, se perderam. A ovelha precisou ser procurada porque não conseguiria voltar sozinha. O filho precisou cair em si e reconhecer que errou e decidiu voltar e pedir perdão ao pai. Um pai que nem deixou ele completar seu discurso. Já mandou restaurar o filho à condição de filho (roupas, anel, sapatos) e depois mandou preparar a festa. Ah que festa deve ter sido, que até incomodou o irmão mais velho. Mas esta é outra história.

Sabe, eu um dia em minha imaginação, me coloquei no lugar daquela ovelha, perdida, na escuridão, no deserto, ouvindo o som de lobos a certa distância. O que uma pequena ovelha, desprotegida, poderia fazer para se salvar? Só um milagre. O pavor tomou conta e não havia forças físicas ou emocionais até para tentar fugir. Fugir? Pra onde? O predador estava em algum lugar ali por perto. Não havia saída. A única certeza era a morte. E quando, eu dentro desta imaginação, estava por me entregar, porque não tinha mais o que fazer, ouvi o som mais maravilhoso que poderia ouvir em todo o universo: a voz do bom pastor. E quem era este bom pastor? JESUS. Ele me encontrou, Ele me salvou, Ele me levou de volta pra casa. E o mais maravilhoso de tudo: Ele nem brigou comigo por ter me perdido. Ele só se alegrou por ter me encontrado. E eu muito mais.

Meu irmão e minha irmã, a lição sobre EM BUSCA DO QUE SE HAVIA PERDIDO, tem dois lados. De um lado podemos sim nos sentir como a ovelha ou a moeda ou o filho perdido e a sensação de ser encontrado por Jesus é algo inenarrável. Sim, Jesus nos encontrou e pagou o preço de nossa salvação. Devemos ser imensamente gratos por isso. Mas o outro lado é estar do lado de Jesus, ajudando-o a encontrar a ovelha perdida ou o irmão perdido. Ele, Jesus, espera nosso empenho nesta busca, porque, como Ele mesmo disse, há muita festa no céu por cada pecador quando é encontrado. Vamos assumir esta missão maravilhosa de sermos companheiros de Jesus nesta empreitada? Amém?

Tenha um dia abençoado e até a próxima.

 

 

 

Devanir Caetano da Silva

Pastor da Igreja Restauração em Cristo

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